sábado, 29 de junho de 2013

Deus não é homem para mentir e nem filho do homem para se arrepender!





Como a Bíblia pode ser infalível se ela foi escrita por humanos falíveis? Mas, se ela não é infalível, como podemos aceitá-la como a verdade literal?

Não há nenhuma razão pela qual a Bíblia, um livro escrito por seres humanos falíveis, não possa ser infalível. Afinal de contas, mesmos seres humanos falíveis podem fazer coisas certas algumas vezes, e em especial se forem supervisionados por Alguém que é infalível.
Os cristãos não afirmam que os homens que escreveram os livros da Bíblia estavam sempre certos em tudo que disseram ou fizeram. Nós simplesmente acreditamos que a Bíblia está certa quando ela afirma que Deus guiou estes homens em sua tarefa de escrever as Escrituras de modo que o resultado é um livro infalível. O apóstolo Pedro indubitavelmente disse muitas coisas erradas durante sua vida, mas Deus não permitiu que ele cometesse nenhum erro quando ele escreveu suas duas epístolas.
2 Timóteo 3:16 contém a afirmação clássica de que a Bíblia foi produzida por Deus e não por homens:
Toda Escritura é inspirada por Deus, e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça.
Ryrie explica o conceito de inspiração:
A supervisão divina sobre os autores humanos de modo que, usando suas personalidades individuais, eles compuseram e registraram sem erro a revelação de Deus ao homem nas palavras dos autógrafos originais. (Charles Ryrie, A Survey of Bible Doctrine. Chicago: Moody Press, 1927, p. 38)
Nós não sabemos exatamente como Deus trabalhou para cumprir o seu propósito de nos prover com uma Bíblia totalmente acurada. Mas 2 Pedro 1:21 nos fornece algum esclarecimento:


Nenhuma profecia jamais foi dada por vontade humana, mas homens santos, movidos pelo Espírito Santo, falaram de Deus.
A palavra “movidos” que aparece neste versículo é também usada em Atos 27:15 para descrever a grande tempestade que tirou o navio em que o apóstolo Paulo se encontrava de seu curso no Mediterrâneo. As pessoas no navio podiam passar o tempo como desejassem, seja trabalhando ou se lamentando, mas a tempestade é que determinaria seu destino final. Similarmente, Deus guiou os escritores bíblicos para produzir exatamente a mensagem que ele desejava.

Boa Noite!

Sérgio Gomes


sábado, 22 de junho de 2013

Família: Base da Sociedade e Bênção de Deus!!!




A família é o ambiente onde a pessoa se desenvolve como ser humano. Deus criou as famílias com a finalidade de executar o plano da redenção. Todas as instituições são formadas a partir delas, células-mães da sociedade.



O povo de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, foi formado a partir das famílias. Deus criou a raça humana através da primeira família, o casal Adão e Eva e seus filhos. Depois, através da conjunção carnal do casal Abraão e Sara separou uma nação para adorá-lo; e trouxe Jesus Cristo ao mundo por intermédio de Maria, contando com a fé e compreensão de José, que se casou com ela e manteve o Verbo Divino durante sua infância até chegar ao amadurecimento físico e psicológico em ambiente familiar.



É possível existir família sem a instituição física igreja, de maneira instável espiritualmente, correndo o risco de ser vencida pelas dificuldades e fracassar. Mas em termos humanos e terrenos a instituição física igreja, não tem condições de existir sem que haja o conjunto harmonioso de núcleos familiares.



Deus planejou a existência da Igreja, a Noiva do Cordeiro, antes da fundação do mundo. Ela surgiu entre os seres humanos no Dia de Pentecostes, quando pessoas estavam assentadas numa reunião de família, habitação de alguns discípulos de Jesus Cristo (Efésios 1.3-4; Atos 1.13; 2.2).



A palavra lar tem origem no Latim (lare), e tem elo com a palavra lareira, cujo termo remete ao fogão de cozinha. Nos três primeiros séculos da era cristã, os cristãos se reuniram em lares das famílias mais abastadas  para partir o pão e adorar a Deus. Provavelmente por causa das perseguições e pobreza, as comunidades não tinham condições de construírem templos (Atos 2.46; Romanos 16.5; 1 Coríntios 16.19; Colossenses 4.15; Filemon 2). 



As famílias precisam cooperar para o crescimento saudável da Noiva do Cordeiro, que é composta de corações convertidos ao Senhor Jesus Cristo, e se consiste no organismo vivo e espiritual, independente de placas denominacionais.

Através da reunião das famílias no templo a igreja tem condições de realizar cultos. Arrecadar dízimos e ofertas, com o objetivo de manter o templo em boas condições para agregar os membros e visitantes, patrocinar missões transculturais e urbanas. O dinheiro entregue deve ser oferecido à igreja de maneira voluntária, como expressão da adoração, amor e gratidão ao Senhor.



No templo evangélico, as famílias recebem o alimento espiritual necessário, tem o apoio da "família de Deus" (Efésios 2.19). Recebe a exposição das Escrituras Sagradas, que é essencial a manutenção da fé em Cristo, recebe oração, participa de palestras e eventos pertinentes ao núcleo familiar, tem oportunidade de receber aconselhamento e visitas periódicas e ser capaz de viver neste mundo oferecendo bom testemunho cristão e sendo participante de todas as bênçãos divinas (Romanos 10.17).
.
No Salmo 122, encontramos a expressão de alegria de Davi. Ele relata o prazer de sua peregrinação a Jerusalém (versículos 1 e 2), que era o centro espiritual e cívico da nação (3, 5), e estando no templo ele orava pedindo paz e prosperidade (6, 9).



O apóstolo Paulo ao instruir os membros da igreja local e visível sobre como deve ser a estrutura familiar, segundo a vontade de Deus, apresenta as figuras do marido e da esposa de maneira sublime, como a união entre Jesus Cristo e sua Igreja (organismo invisível), por seis vezes, nos fazendo perceber que as instituições física e espiritual são associadas e interdependentes (Efésios 5.22-23).



As instituições família e igreja são quase que sinônimas. Há integração bastante forte. O que ocorre no lar reflete na congregação no templo. Se há harmonia nas casas dos membros, haverá reflexos positivos na espiritualidade das reuniões de culto e o contrário também. Jamais uma igreja será avivada se seus membros foram integrantes de lares que estiverem contaminados com os costumes do mundo. Só pode existir igreja forte espiritualmente se ela for composta por casais e filhos amadurecidos na fé em Cristo.


Através da harmonia da igreja com a família, o grande projeto de Deus, que é a salvação da humanidade é empreendido.


Sérgio Gomes


segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Evangelho da Cruz e a Teologia da Prosperidade







A chamada “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos evangélicos, tem enfatizado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento. Na verdade, até mais do que isto, segundo tal proposta, todo cristão tem o direito de reivindicar e até exigir de Deus a satisfação de seus desejos pessoais. Esta mensagem pode ser resumida nas seguintes palavras:

A “teologia da prosperidade” está trazendo o celeste porvir para o terrestre presente. Para comermos a melhor comida, para vestirmos as melhores roupas, para dirigirmos os melhores carros, para termos o melhor de todas as coisas, para adquirirmos muitas riquezas, para não adoecermos nunca, para não sofrermos qualquer acidente, para morrermos entre 70 e 80 anos, para experimentarmos uma morte suave. Basta crermos no coração e decretarmos em voz alta a posse de tudo isso. Basta usar o nome de Jesus com a mesma liberdade com que usamos nosso talão de cheques".

Tais aspectos suscitam uma inevitável questão: que lugar existe para a mensagem da cruz neste modelo de cristianismo? Ou ainda, diante dos relatos que serão apresentados, a seguir, se poderia perguntar: será que estes mártires do cristianismo primitivo, caso vivessem em nossos dias, seriam aceitos como membros destas igrejas que abraçaram o ensinamento deste modelo de teologia? Deixemos, então, que os próprios relatos da história nos fale.

No primeiro século de sua existência, a igreja neotestamentária se encontrava instalada nas dimensões do império romano. Devido a profissão de fé que os cristãos faziam em Jesus Cristo, e às reivindicações do evangelho libertador por eles pregado àquele mundo fundado num sistema de de abuso de poder e opressão, os conflitos com o Império foram invevitáveis.

O primeiro imperador a iniciar uma ostensiva perseguição ao cristianismo foi Nero (54-68). Após o incêndio na cidade de Roma, no ano 64, a mando do próprio imperador, quando dez dos quatorze bairros foram destruídos, os cristãos passaram a ser acusados como culpados por tal episódio, sofrendo por isso atroz perseguição. Tácito, historiador antigo descreve as atitudes tomadas:
Além de matá-los (aos cristãos) fê-los servir de diversão para o público. Vestiu-os em peles de animais para que os cachorros os matassem a dentadas. Outros foram crucificados. E a outros acendeu-lhes fogo ao cair da noite para que a iluminassem. Nero fez que se abrissem seus jardins para esta exibição, e no circo ele mesmo ofereceu um espetáculo, pois, se misturava com as multidões disfarçadas de condutor de carruagem.

Dados históricos e informações preservadas pela tradição antiga referentes ao que ocorrera com os apóstolos e outros importantes líderes do cristianismo em seus primórdios, também nos ajudam a entender que o compromisso com o caminho da cruz foi levado até as últimas conseqüências. Muitos foram submetidos ao martírio por causa do evangelho de Cristo. Vejamos primeiramente alguns exemplos envolvendo aqueles que fizeram parte dos doze discípulos chamados por Jesus (Marcos 3:13-19).

André: após a morte e ressurreição de Jesus, foi pregar o evangelho na região do Mar Negro (hoje parte da Rússia); depois, segundo a tradição, pregou na Grécia, em Acaia, onde foi martirizado numa cruz em forma de “X”. Daí, este instrumento de tortura ter ficado conhecido como “cruz de Santo André”.

Bartolomeu: pregou inicialmente na Arábia, depois Etiópia, e por fim, ao lado de Tomé, atuou como missionário na Índia, onde foi martirizado.

Filipe: atribui-se a este apóstolo a fundação da igreja de Bizâncio, cidade mais tarde conhecida como Constantinopla. Posteriormente, pregou o evangelho na Ásia Menor, na região de Hierápolis, onde convertera-se a mulher de um cônsul romano pela sua pregação. O cônsul, então furioso por este episódio, mandou prender a Filipe e matá-lo de forma cruel.

Para o lugar de Judas Iscariotes, que suicidou-se, a igreja primitiva escolheu Matias como seu substituto (Atos 1:21-26). Segundo a tradição, Matias se tornou missionário na Síria, onde acabou sendo queimado numa fogueira por causa do evangelho.

Judas Tadeu: segundo a tradição, pregou na Pérsia, onde também foi martirizado.
Mateus: desenvolveu grande parte de seu ministério pastoreando a igreja de Antioquia, onde também escreveu o seu evangelho. Dirigiu-se posteriormente para a Etiópia, aonde veio a ser martirizado por causa da pregação.

Pedro: depois de exercer importante liderança na igreja de Jerusalém, este apóstolo transferiu-se para a cidade de Roma, capital do Império. No ano 67, durante perseguição imposta por Nero, Pedro foi preso e condenado a morrer crucificado. Relatos do segundo século afirmam que o apóstolo, antes de sua execução, disse que não era digno de morrer como morrera Jesus, o seu Senhor, e pediu para que fosse crucificado de cabeça para baixo, e assim ocorreu.

Paulo: considerado um apóstolo “nascido fora de tempo” (I Cor. 15:8), tornara-se o grande líder da igreja entre os gentios e propagador da “mensagem da cruz” (I Cor. 1:18-23). Uma carta de Clemente de Roma, no segundo século, testifica o que ocorrera com este apóstolo:

Paulo esteve preso 7 vezes; foi chicoteado, apedrejado; pregou tanto no Oriente quanto no Ocidente, deixando atrás de si a gloriosa fama de sua fé; e assim, tendo ensinado justiça ao mundo inteiro, e tendo para esse fim viajado até os mais longínquos confins do Ocidente, sofreu por fim o martírio por ordens dos governadores, e partiu deste mundo para ir ocupar o seu santo lugar.

No ano 67, quando da perseguição movida por Nero, Paulo foi preso e levado a Roma, onde recebera o martírio. Pelo fato de possuir cidadania romana, este apóstolo não poderia ser crucificado (algo por demais humilhante para o cidadão romano) e por isso deram-lhe como sentença a decapitação (morte instantânea). A tradição conservou de forma reverente o lugar da execução deste apóstolo, juntamente com Pedro: “Desde a mais alta antiguidade, a igreja romana celebrou juntos os martírios de Pedro e de Paulo no dia 29 de junho”.

Simão Zelote: desenvolveu seu ministério de evangelização na Pérsia, onde o culto ao deus Mithras (deus Sol) estava extremamente desenvolvido. Devido a conflitos com seguidores de Mithras, acabou sendo morto por se negar a oferecer sacrifício a esta divindade.

Tiago (Filho de Alfeu): pregou o evangelho na Síria. Segundo o historiador antigo Flávio Josefo15, foi linchado e apedrejado até a morte.

Tiago (filho de Zebedeu): segundo tradições antigas, citadas por Justo Gonzalez, este apóstolo desenvolveu um trabalho missionário na Espanha, pregando na região da Galícia e Zaragoza. “Seu êxito não foi notável, pois os naturais desses lugares se negaram a aceitar o evangelho”. Ao regressar para Jerusalém, percorreu o caminho que deu origem ao lugar hoje conhecido como “Caminho de San Tiago de Compostela”, na Espanha. Em Jerusalém, veio a ser preso, sendo em seguida, decapitado por ordem de Herodes Agripa, no ano 44 (Atos 12:1,2).

Tomé: segundo a tradição, desenvolveu sua atividade missionária inicialmente na Índia. Dali dirigiu-se para o Egito, onde realizou importante trabalho entre os habitantes de língua copta, ministério este que deu origem à comunidade até hoje lá existente. A Igreja Cristã Copta, como é conhecida, está separada do catolicismo romano desde o IV século, tendo patriarcas em sua liderança.

João: este é, reconhecidamente pela tradição e pelos depoimentos do cristianismo antigo, o último apóstolo a morrer. Morreu na velhice, por volta do ano 100, na cidade de Éfeso, onde morava com sua família. Este apóstolo desenvolveu o seu ministério na Ásia Menor onde foi preso nos anos 90, na época da intensa perseguição imposta pelo imperador Domiciano ao cristianismo, quando acabou deportado à ilha de Patmos, no Mar Egeu, vindo a receber ali a revelação do Apocalipse, por volta do ano 96. Sendo solto posteriormente, permaneceu em Éfeso ensinando até ao final da sua vida.

Além dos apóstolos, outros importantes líderes do cristianismo primitivo também deram a sua vida pela causa do evangelho. É o caso, por exemplo, de Tiago “o irmão do Senhor”, que exerceu importante liderança na igreja de Jerusalém. O historiador Flávio Josefo, que descreveu o sítio desta cidade pelo exército do general Tito, no ano 70, atribui a destruição de Jerusalém a um “juízo de Deus sobre os judeus pelo fato de terem assassinado a Tiago, o Justo.” Também o historiador da igreja, Eusébio, cita um escritor do segundo século, chamado Hegesipo, que descreve a morte de Tiago. Afirma este autor, que tinha se levantado um conflito entre os judeus convertidos e os descrentes a respeito de Jesus ser ou não o Messias, e pediram a Tiago que resolvesse a questão. “Os escribas e fariseus” – diz Hegesipo – “Colocaram Tiago de um lado do templo e exclamaram, dirigindo-se a ele: visto que o povo é levado em erro a seguir a Jesus que foi crucificado, declara-nos qual é a porta pela qual se chega a Jesus, o crucificado?”. Ao que ele respondeu em alta voz: “O Filho do Homem está agora assentado nos céus, à mão direita do grande poder e está para vir nas nuvens do céu”. E como muitos se gloriaram no testemunho de Tiago, estes mesmos sacerdotes e fariseus tomaram a decisão de levá-lo à parte alta do templo e de lá o lançaram abaixo, “passando em seguida a apedrejá-lo, visto não ter morrido logo que caiu no chão, enquanto, ajoelhando-se pedia o perdão de Deus aos seus agressores”. Deste modo ele sofreu o martírio.

Também Timóteo, discípulo de Paulo, segundo testemunho de Nicéfero, no segundo século, “foi martirizado durante o reinado de Domiciano, no ano 96 a.D., em Éfeso, cidade onde morava quando o apóstolo lhe escreveu as duas cartas”

Até ao terceiro século da era cristã a cruz realmente pautou a atuação da igreja. E é prova evidente disto o fato de tal período ter ficado conhecido como a “era dos mártires”. O historiador Justo Gonzalez descreve com precisão ainda outros fatos deste período, como por exemplo, o testemunho de fé demonstrado por Inácio de Antioquia. Discípulo do apóstolo João, viveu no período de 60 a 117 d.C. Tornou-se célebre pela fidelidade a Cristo em meio às perseguições que sofrera e às cadeias que enfrentou devido à fé que professava. Sendo, levado a Roma, em algumas paradas obrigatórias não se esquecia de escrever às igrejas que o recebiam ou lhe enviavam saudações. Pelo testemunho vivo de Jesus Cristo, Inácio está disposto a enfrentar a morte. E, a caminho do martírio, proferiu as seguintes palavras:

"Não quero apenas ser chamado de cristão, quero também me comportar como tal. Meu amor está crucificado. Não me agrada mais a comida corruptível... mas quero o plano de Deus que é a carne de Jesus Cristo... e seu sangue quero beber, que é bebida imperecível. Porque quando eu sofrer, serei livre em Jesus Cristo, e com ele ressuscitarei em liberdade. Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de me moer, para que possa ser oferecido como pão limpo de Cristo”.

Não é diferente o exemplo de fé de Policarpo de Esmirna, o qual, diante da insistência das autoridades para que jurasse pelo imperador e maldissesse a Cristo, recebendo em troca disto a liberdade, respondeu: “vivi oitenta e seis anos servindo-lhe, e nenhum mal me fez, como poderia eu maldizer ao meu rei, que me salvou?" E estando atado já em meio à fogueira, Policarpo elevou os olhos ao céu e orou em voz alta:

Senhor Deus Soberano... Dou-te graças, porque me consideraste digno deste momento, para que, junto a teus mártires, eu possa ser parte no cálice de Cristo. Por isso te bendigo e a te glorifico. Amém.

As experiências de Inácio e Policarpo retratam bem a disposição dos cristãos de tal período em dar testemunho de sua fé em obediência a Jesus Cristo, até às últimas conseqüências. Para a igreja deste período, a ressurreição foi, sem dúvida, o impulso maior à perseverança e à fidelidade ao caminho da Cruz. Ao falar sobre martírios de cristãos, o teólogo Jürgen Moltmann afirma que

É Cristo que sofre através dos seus discípulos mártires, pois na Paixão apostólica pelo evangelho e pela nova criação está presente o próprio Cristo. Por isso os sofrimentos apostólicos, como perseguição, prisão, pobreza e fome, são também sofrimentos de Cristo e, como tais, dores de parto da nova criação. Paulo diz isto em 2 Cor.4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Nestes sofrimentos do caminho da cruz, o mundo presente perece e nasce o novo mundo de Deus.


Em nossos dias, a “palavra da cruz” parece continuar sendo “loucura” (1Cor.1:18) para alguns segmentos cristãos. Mas certamente a cruz, por mais paradoxal que possa parecer, continuará carregando em seu significado o mistério e o segredo da vida. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a achará.” (Mc. 8:34,35).



domingo, 16 de junho de 2013

A Definição da Fé



O que é fé? Qual a melhor definição? Enxergar como Deus enxerga. Apalpar o invisível. Crer no impossível. Costumo usar outras palavras para dizer o mesmo.

Em Hebreus 11.1 temos a descrição teológica do que seja a fé. O termo fé nos escritos originais da Bíblia Sagrada, em grego-koiné, é pistis. E pistis denota o sentido de um documento de posse. (igual uma escritura de imóvel devidamente registrada em cartório).

Ou seja, a fé é igual o documento legal que comprova que sou a pessoa certa, a única dona daquilo que creio que a Bíblia Sagrada promete ser meu: a salvação, a cura, a solução daquele "problemão" (Hebreus 11.6; Marcos 5.34; Mateus 17.20).

Experimente trocar o termo fé por escritura nas suas leituras bíblicas, orações e momento devocional. Quem tem uma escritura de imóvel, não tem dúvidas que é o dono daquilo que está lavrado e muito bem documentado em seu nome.

Fé é colocar em primeiro plano as orientações do Senhor, contidas nas Escrituras Sagradas, e em segundo plano os cinco sentidos naturais: paladar; tato; visão, olfato, audição.

E por que digo isso?

• Paladar:

Por intermédio do profeta Isaías, Deus convidou o ser humano a alimentar o Espírito.

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” - Isaías 55.2.

Jesus se apresentou como o Pão da Vida:

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre” - João 6.57-58.

• Tato e visão:

Jesus repreendeu Tomé porque ele queria ver para depois crer:

“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. João 20.27-29.

• Olfato

O apóstolo Paulo ensina, fazendo uso de simbolismo, que o cristão ao divulgar o que sabe sobre o plano da salvação exala a fragrância de Cristo, afirma que quem evangeliza é considerado por Deus o bom perfume de Cristo, é alguém que tem cheiro de vida (2 Coríntios 2.14-16).

• Audição

Escutar e ouvir são ações diferentes. Diariamente escutamos muitos sons e não damos atenção para eles. De fato só ouvimos aquilo que escutamos e damos atenção, quando permitidos que o som seja processado pela mente, só o que é interpretado pelo raciocínio desce ao nosso coração. Ouvir a Palavra de Deus é o mesmo que abrir o coração para a Palavra de Deus entrar em nossas vidas.

O profeta Jeremias chama a atenção para pessoas que não ouvem, dizendo que o motivo é o sentimento de vergonha e falta de amor a Palavra de Deus (Jeremias 6.10).

Jesus alerta que quem tem ouvidos deve usá-lo para ouvir a Palavra de Deus, porque nem todos fazem uso da audição de maneira apropriada. E afirma que aquele que se vergonha dEle e da Palavra de Deus, no Dia do Juízo Final será julgado e condenado a sofrer na perdição eterna (Lucas 8.8; 9.26 ). A fé surge ao ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17).

O escritor do livro Aos Hebreus chama a atenção sobre o fato de existir quem seja negligente para ouvir a Palavra de Deus (Hebreus 5.11; 12.25).

Tiago escreveu alertando para a necessidade de se estar sempre pronto para ouvir o que o Senhor fala (Tiago 1.9).







terça-feira, 11 de junho de 2013

A carne pode até ser fraca, mas, o pecado não é vitamina!






Mas o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu (Êxodo. 32, 1).
Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Marcos 14.37 e 38).


Estas duas passagens têm como analogia o "adormecer espiritual"... No Velho Testamento, Moisés não pôde se ausentar por um tempo para orar e pedir direção a Deus para conduzir o seu povo a Terra prometida, que o povo já desviou o foco e se corrompeu a falsos deuses!!!
No Novo Testamento, Jesus se ausentou por um pequeno tempo e os seus discípulos (os verdadeiros, não esses que hoje em dia se autodenominam) "adormeceram" na fé... E olha que Jesus fez isto por três vezes...
No versículo 38, está o argumento mais ridículo que o homem carnal usa para "justificar" o pecar (a carne é fraca). Porém, tal "justificação" não é válida perante Deus, pois, ELE mesmo dá o antídoto para tal "fraqueza carnal": ORAR E VIGIAR!!!
A carne pode até ser fraca, mas, o pecado não é vitamina!!!


um abraço,

Sérg10 Gomes




sábado, 8 de junho de 2013

Derrotas e Vitórias



Nossa vida diária é cheia de derrotas e vitórias.

Em tudo existe algo bom e algo ruim, ou seja, a vitória e a derrota.


Tanto o fazer, quanto o querer, estão dentro de nós.

Em Nm 13:27 diz que os homens foram à terra de Canaã e observaram a bênção que iam alcançar,mas uma parte daqueles que foram enviados,enxergou a terra prometida com negativismo.


Para o negativista, a derrota é quase certa.


Nm 13:31, alguns homens ao verem a terra prometida disseram: Não poderemos subir contra aquele povo,porque é mais forte que nós.


E sabemos que a terra era garantida e certa, mas eles a viram de maneira negativa.
A declaração negativa tem que se afastar de nossa vida.


Não podemos deixar manifestar a incapacidade (eu não posso, eu não consigo).
O pensamento negativo e a falta de ânimo trazem a derrota. Se houver um mínimo de chance de dar errado, para o negativista, vai dar.



Este tipo de sujeito aumenta o tamanho do problema. Às vezes o problema é controlável e acaba tornando-se impossível de ser resolvido.


Devemos tomar cuidado com a murmuração.


Temos que ter sempre em mente O SENHOR É MEU PASTOR... ELE ESTÁ DENTRO DE MIM.Esta é uma ferramenta tremenda.
Nm 14:7,8 Outra parte dos que foram espiar a Terra prometida,visualizou positivamente,dizendo:"Se o Senhor se agradar de nós,então nos porá nesta terra,e no-la dará, a terra que mana leite e mel."

O ambiente era o mesmo, todos estavam vendo a mesma terra, mas os que possuem o Senhor Deus, possuem a esperança.

Quando cremos na palavra, ela se torna viva e faz a diferença em nossa vida. 
O ser humano é equipado para vencer ou ser derrotado.


A pessoa que crê na promessa de Deus, não diminui um milímetro cúbico do seu problema, mas põe em Deus, a sua confiança.

Quando podemos fazer algo para diminuir o problema, devemos fazê-lo,sempre pensando " A VITÓRIA HABITA COMIGO".
A derrota é fruto da incredulidade e desobediência.

Devemos tomar cuidado com o que falamos, pois podemos contaminar o ambiente,influenciando-o. 
Devemos crer na promessa de Deus e nos submetermos a sua vontade. 
Das doze pessoas que foram enviadas para fazerem o relatório da terra prometida,dez foram pessimistas e só duas foram positivas.

A HISTÓRIA NÃO GUARDA NOMES DE DERROTADOS.
A vida nos traz pessimismo constante, se ficarmos olhando para o negativismo, seremos derrotados.


Nosso adversário quer que fiquemos prostrados, e não alcancemos a nossa felicidade. 
A primeira coisa para vencermos é termos um coração cheio de esperança. 
Tudo vem do coração.


Devemos colocar nosso coração em tudo o que fazemos e a nossa mente tem que ser perseverante. 
Com o Espírito de Deus podemos vencer a incredulidade de todos. 
Chame sempre a profecia para si,dizendo...O SENHOR ME PROMETEU... 
Não precisamos usar os nossos próprios recursos,pois Deus peleja por nós. 
NUNCA DESISTA DE LUTAR,mesmo que o relatório da vida seja negativo ou pesado.

A promessa de Deus é: SALVAÇÃO, PAZ NA ALMA, SUPRIMENTO. 

Calebe não teve medo, nem sentiu desânimo, porque tinha o seu sonho como referência. 


JESUS É A NOSSA REFERÊNCIA.




Pr. Mário Rocha 


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Amigos da 15ª Vara do Trabalho de Manaus-AM (segunda casa).







Senhor!

Obrigado pela equipe maravilhosa que tenho o prazer e honra de trabalhar!

Que o Senhor, nosso Deus, continue a nos abençoar e nos dê conhecimento necessário para continuar cumprindo o principal mandamento estipulado pelo Teu Filho: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo!

Vela pela vida de cada um e de nossos familiares!!!

Ao meu Deus, toda honra e glória!!!

Sérgio Gomes


terça-feira, 4 de junho de 2013

MALAFAIA: Gays foram violentados quando crianças!



Congresso em Foco – O que vocês querem dizer com a defesa da liberdade de expressão? O senhor falou neste feriado sobre o controle da mídia…

Pastor Silas Malafaia – Tem áreas da esquerda que querem controlar o conteúdo da mídia. Imprensa livre é base do estado democrático de direito. Liberdade de expressão porque o ativismo gay quer criminalizar a opinião. Em qualquer lugar do mundo, você pode falar contra a prática homossexual. Aqui eles querem dizer que é homofóbico. Eles me denunciaram ao Ministério Público por fala. Quando é que eu bati num gay? Como é que sou homofóbico? Então, liberdade de expressão, que está atrelado a liberdade religiosa, para eu pregar e falar contra o que eu quiser. Isso é que é estado democrático de direito.

O senhor fala daquela passeata gay que fez piada com os símbolos da igreja católica?
 [Malafaia foi denunciado porque disse na TV que a igreja católica deveria criticar os homossexuais, usando a metáfora descer o “porrete”. A Justiça arquivou a denúncia, mas houve recurso à segunda instância.]
Esse é o segundo caso. O primeiro não deu nem pro cheiro – a primeira vez tem cinco anos. Agora, em 2011. Eles recorreram à segunda instância.

O outro eixo é a família tradicional.
A questão é a seguinte, amigo. Querem dar status, a comportamento, de raça. Ninguém pede para nascer branco ou negro. É. Homossexualismo, não. Ninguém nasce homossexual, não existe nenhuma prova na genética, em nenhum lugar. A prova é que 48% dos caras que são gays foram violentados quando eram crianças ou adolescentes. Violência sexual.

Isso é pesquisa de quem, pastor?
Pesquisa americana. Pode pegar qualquer livro que levanta pesquisa sobre movimento gay que está lá.

São dados do EUA, então.
Filho, eu estou numa igreja. Vem ver aqui os caras que vêm pedir socorro por homossexualismo. Eu ainda não vi que veio aqui na minha igreja que disse assim: “Eu quis ser gay e agora quero mudar”. Não! Tudo sofreu violência os que vêm aqui. É um negócio maluco.
Dos que o senhor atende, todos sofrem violência?
Até aqui. Pode ser que amanhã apareça dizendo que não: “Eu sou gay porque quero”. E acredito que muitos, porque o ser humano vive de modelos de imitação. Quanto mais você colocar em prática um modelo para ser imitado pela sociedade, ele mais vai ter aflição disso aí. O ser humano é tremendamente social. Ele se desenvolve nas relações sociais. Essa história de que todo mundo que é gay é porque nasceu gay… Quer dizer que a Daniela Mercury [cantora que há dois meses ela assumiu um relacionamento com uma jornalista] nasceu gay? A mulher foi casada nove anos com um homem. Ela estava transando com um homem e pensando em uma mulher? Pra cima de mim? A mulher tem filhos, tem três, quatro, cinco filhos, sei lá quantos filhos ela tem. Então, ela já nasceu gay por algum acaso? É papo. Isso é conversa pra boi dormir.
Quantos o senhor atendeu? Este ano?
Esse ano até que eu atendi uns três. Até porque eu não fico muito em área de atendimento, porque eu sou pastor da organização. Tem uma “pastorada” minha grande, tem atendimento de domingo a domingo aqui na igreja.

E no ano passado? Mais de dez? Mais de 20?
Mais de dez com certeza. Meu amigo, isso é uma verdade. A pesquisa americana retrata o que é no mundo. Eles não querem falar. Eles não dizem. Quase que a metade sofreu abuso. Pô, pelo amor de Deus, o cara nasce gay aonde?

Defender a família tradicional quer dizer que vocês são contra o casamento gay?
A gente tem que construir uma tese. Não é “eu não quero” e acabou. Se é pra aprovar qualquer comportamento, o que não tem ativismo não legaliza? Por que não legaliza o cara casar com duas ou três mulheres, já que muitos têm? Por que não legaliza o cara casar com um homem e com uma mulher? Uma mulher casar com um homem e outra mulher? Por que não legaliza isso? É comportamento também. Tem um monte de cara com duas mulheres, três. Manda casar todo mundo. Por quê? Só que porque não tem ativismo? Isso é hipocrisia da sociedade. Então, legaliza tudo pra ver onde que vai parar a sociedade. Casamento tem a ver com a perpetuação da espécie. Toda a história da civilização humana – não estou falando de teologia, é antropológico, é sociológico – é um homem, mulher e prole. Isso é história da civilização humana. O resto é blá-blá-blá. Homossexualismo sempre existiu desde que o pecado entrou no mundo. Agora, ativismo gay é coisa de 25 anos pra cá. Império romano, grego, assírio, babilônico…

O senhor declarou em entrevista neste feriado que qualquer um é livre pra fazer o que quiser…
Qualquer um é livre para ser o que quiser ser.

Então porque o senhor é contra o casamento gay, já que é um direito individual?
Vamos devagar. Cada um é livre para ser o que quiser ser. Mas tudo o que você quer ser tem uma consequência. Você é livre, mas, se vamos legalizar um comportamento, então legalizemos todos. Vamos legalizar o cara que cheira cocaína, maconha. Também é um comportamento. Vamos liberar, pô, vamos liberar tudo. Cara que tem três mulheres. Por que não pede para liberar o casamento do cara com quatro mulheres?

Mas o senhor é a favor de legalizar o casamento gay, as drogas e a bigamia?
Eu não sou a favor de legalizar nada. Estou querendo provar que, quanto mais a sociedade quebra limites, meu amigo, ela se afunda na lama. Já que estão querendo legalizar o casamento gay, então porque não querem legalizar o cara que tem duas ou três quatro mulheres?

Mas está cheio de deputados querendo legalizar as drogas, não sei a bigamia.
Tá cheio de deputados. Vamos ver a sociedade! Portugal legalizou e aumentou o número de consumidores. Ninguém fala isso [Na semana passada, Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead) condenou a legalização da maconha porque, em sete países, o consumo aumentou e a idade de experimentação baixou]. Vai ver o tamanhozinho de Portugal. Vai ver o Brasil, com essa fronteira toda aberta aí, com os maiores produtores de droga do mundo colados com a gente. Pra que lei seca? Isso é uma incoerência dos infernos. Se o cara pode cheirar cocaína, libera tudo. “Ah, diminui acidentes e problemas pro Estado pagar”. Rapaz, esses caras estão loucos. O nosso Estado não cuida nem saúde das pessoas, vai cuidar agora… Olha o que o crack e essas drogas fazem. Ninguém começa com crack, começa com maconha…

Voltando à pergunta: se é uma questão individual, porque não formalizar e passar um papel para eles terem direito a herança?
Se é para direitos individuais, vamos liberar tudo. Se você entrar na tese dos direitos individuais, vai liberar tudo.

Mas eles querem liberar tudo. E aí?
Então, eu sou contra. Contra casamento gay, liberação das drogas, aborto. Se a sociedade liberar tudo, ela se destrói. Teve um cara que escreveu livro lançado agora em maio, um filósofo, mostrando a decadência do ocidente. E a decadência do ocidente tem a ver com questões morais também. O modelo judaico-cristão está sendo substituído pelo modelo humanista-ateísta. O jogo é mais profundo. Quem é que faz defesa de vida? É o modelo judaico-cristão. Quem é que dá a questão da família monogâmica? O modelo cristão. É que está na sociedade e o é o que tem dado certo. Vai ver o problema de gente sem identificação de pai e mãe.
E o da vida? O protesto é à tarde. Pela manhã, a Câmara vota o Estatuto do Nascituro e a bolsa estupro. Vocês defendem?
Claro. Tudo o que for pra proteger a vida conta com a gente. Tudo contra a vida, não tem um centavo. E a coisa do aborto é incrível. Quem te falou que o feto é prolongamento do corpo da mulher? Na gestação, o feto é o agente ativo; a mulher, o passivo.  Quer ver a prova? Um óvulo fecundado de um casal negro implantado numa mulher branca vai nascer um negro. O óvulo fecundado de um casal branco implantado numa mulher negra vai nascer branco. É pra provar que não é prolongamento dela. Se não é prolongamento dela, ela não tem poder de decidir aquilo que não é prolongamento. Ela tem poder de decidir sobre cortar o cabelo, aparar a unha. É prolongamento do corpo dela. O feto, não. Se não estivesse protegido pela bolsa, ele era expulso como corpo estranho.

E a eutanásia e a ortotanásia?
Sou contra qualquer coisa que venha  tirar a vida. O ex-ministro [do Supremo Tribunal Federal] Menezes Direito [falecido em 2009], aquele católico, disse uma frase linda: “Todo ser humano nasce pra morrer, pode ser a um segundo ou um milésimo de segundo, depois que ele vem à vida. Mas nenhum ser humano tem direito de determinar a hora do outro morrer. Porque nenhum ser humano é mais humano do que o outro”.
E amanhã [quarta-feira], irmão, nós vamos descer o bambu, meu filho. O couro vai comer. Vai ser bonito.

Quantas pessoas?
Acredito que vai ter umas 100 mil pessoas pra dia de semana de trabalho. Não é brinquedo não.
Uma provocação. Ouvi de pessoa evangélica: “Não temos que impedir o casamento gay deles, mas evangelizar as pessoas, porque é um direito delas fazer o pecado, o erro, e convencê-los com as ideias que estão errados”.
Isso é bonitinho. Não sabia que tinha politicamente correto gospel. Nós combatemos comportamentos, e não pessoas. Nós combatemos pecados. Na Bíblia, homossexualismo é pecado. O cara que você está dizendo está totalmente desconectado do que a Bíblia diz. A Bíblia diz: “Não vos conformei com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” [Romanos capítulo 12, verso 2]. Como você transforma alguma coisa? Dizendo que tá tudo bem? Que não tem problema? Isso é conversa. Claro que tem que evangelizar. A Bíblia tá cheia de condenação de pecados. Jesus falou, o apóstolo Paulo falou. Ele precisa ler mais a Bíblia.

E quanto ao PL 122, que criminaliza a discriminação aos homossexuais, a homofobia. Está resolvida a questão? O acordo feito pela Marta Suplicy [senadora licenciada do PT-SP e ministra da Cultura] não retirou aquela proibição de pregar contra a homossexualidade?
Claro que não. Esses caras querem privilégio. Não são eles que vão nos dar esse direito. Eu não dependo de ninguém para me dar direito de pregar. A Constituição dá.  Ninguém poder ser discriminado por convicção política, ideológica e filosófica.

Então o projeto é inofensivo, já que a Constituição garante o direito?
Inofensivo? É claro que a Constituição garante. Então, o projeto é inconstitucional [risos].

Mas e o acordo?
Não tem acordo. Filho, a dona Marta Suplicy, querendo jogar pra platéia porque queria ser candidata a prefeita, e olhando para o voto evangélico… Eu vou na ferida pra dizer a verdade. Ela veio com essa falácia. Pega lá o PL 122. Eles querem aprovar aquilo que está lá. E aquilo é inconstitucional, uma afronta à liberdade de expressão e à liberdade religiosa. Nunca vi um grupo querer direitos em detrimento do direito de outros. Taí a Lei Maria da Penha. É tudo pra proteger um grupo, sem detrimento de outros. O ativismo gay quer proteção, em detrimento dos outros. Eu vou ficar quieto? Não posso. O PL 122 não tem em lugar nenhum do mundo, em país adiantado e moderno.

Tem espaço para dialogar com os grupos que pensam diferente do senhor?
Como vou dialogar com os caras que usam a mentira e a calúnia para me denunciar ao Ministério Público? Como vou negociar com quem usa a mentira e a calúnia pra me denunciar pra tentar cassar minha credencial de psicólogo? Como vou dialogar com os caras que usam a calúnia e a difamação pra tentar tirar meu programa [de TV] do ar no Ministério da Justiça? Como faz pra dialogar? Não tem conversa. Vou dialogar com quem aparece na mídia bonitinho e, por trás, vive fazendo cachorrada e safadeza?

O deputado Domingos Dutra (PT-MA) me disse que vocês querem “expor força para amedrontar” a presidente Dilma às vésperas da eleição para ameaçar no ano que vem não apoiá-la. O senhor não tem simpatias pelo PT, mas muitos evangélicos têm…
Eu não tenho simpatia pelo PT? Que conversa é essa? O cara que apareceu no TRE [programa eleitoral] do Lula fui eu em 2002. Fui membro do Conselho Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República. Quem é que está apoiando Lindbergh [Farias, senador do PT-RJ pré-candidato ao governo do estado, em oposição a Pezão, do PMDB, apoiado por Sérgio Cabral, o atual governador] no Rio de Janeiro? Sou eu! Agora, sabe como é a doutrina do PT? Você não pode ter ideias, você não pode discordar deles. Eles estão enganados. Estão pensando que sou massa de manobra deles? Ajudei a eleger Walter Pinheiro [PT], que é senador pela Bahia, que é evangélico.

Mas o Domingos Dutra diz que isso é pra pressionar a Dilma.
Ele não sabe o que está falando. Ouviu o passarinho cantar e nem sabe o nome dele.

O senhor vai apoiar Dilma em 2014? Aécio? Marina?
Tem que ter alternância de poder, nem PT, nem PSDB…

Mas o senhor apoiou o José Serra na prefeitura de São Paulo no ano passado. Vários candidatos no Rio. O senhor sempre se manifesta.
Apoiei 25 candidatos a prefeito, 18 ganharam. Para vereador, apoiei 20. Dezoito se elegeram.

Então, como seu apoio é importante, o senhor não acredita que, mesmo sem intenção, o governo pode entender o protesto como um recado?
O governo pode fazer o que quiser.

Como vai ser o evento?
Essa vai ser a maior reunião com o maior número de líderes da igreja evangélica até hoje.

É a primeira reunião depois da resolução do CNJ do casamento gay, né?

Sim. Eles vão tomar um pau que não vai ser brincadeira. Vou bater com vontade no CNJ. E vou bater em qualquer um que queira controlar a imprensa.  A máxima nossa é imprensa sempre livre até pra falar mal de nós [risos]. Esses idiotas chamando-nos de fundamentalistas reacionários estão por fora. Queremos uma imprensa terrivelmente livre, que é fundamento pro estado democrático de direito. Vou lá e vou descer o bambu sobre qualquer tentativa de cercear a imprensa. Isso aqui não é Argentina, Venezuela, Equador, Bolívia e nem Guatemala. É o que vou dizer lá.