A queda da grande meretriz já foi anunciada em Apocalipse 14.8, e ela
recebeu o cálice da ira de Deus quando a sétima taça foi derramada (16.19).
Agora um dos sete anjos que executavam os juízos das taças mostra com mais
detalhes para João o julgamento da meretriz.
[...] Já conhecemos os personagens
principais entre os inimigos do povo de Deus. Apareceu o dragão (capítulo 12),
seguido pelas duas bestas (capítulo 13) e a grande meretriz (capítulo 17). Já
sabemos o destino destes inimigos de Deus, pois o Cordeiro e seus fiéis são os
vencedores, e seus adversários serão derrotados. Antes da identificação das
características dos inimigos, a sétima trombeta já declarou: “O reino do mundo
se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos
séculos” (11.15). Antes da descrição da grande meretriz vem a declaração da
queda dela (14.8). Este e os subsequentes capítulos enfatizam o que já foi
revelado – os verdadeiros vencedores são aqueles que adoram a Deus. Todos os
outros adoradores da besta, à própria besta ao dragão que lhe dá poder serão
derrotados. A partir deste capítulo, veremos a queda destes inimigos do Senhor.
Surgiram numa sequencia (dragão, bestas, meretriz) e cairão na ordem invertida
(meretriz, bestas, dragão). [Caiu! Caiu a Grande Babilônia.
No capítulo 17 vimos que o aspecto
religioso do império anticristão, a “mãe das meretrizes”, que é ao mesmo tempo
a “grande cidade”, que será destruída pelos dez reis da terra e pelo Anticristo
(Ap 17.16). Aqui no capítulo 18, a grande Babilônica, ou seja, o império
anticristão, em sua grandeza política e econômica, é
julgado por Deus mesmo: “Por isto em só dia sobrevirão os seus flagelos, morte
pranto e fome, e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus que a
julgou” (v. 9).
1. João vê outro anjo. “Depois disso vi outro anjo descendo do céu. Ele tinha um grande
poder, e o seu brilho iluminava toda a terra” (v. 1).
Aqui o anjo vem do céu enquanto que a besta surge do abismo (v. 8). O
anjo desce do céu e tem grande autoridade para confirmar a sentença contra a
Babilônia. Não há dúvida sobre a veracidade de sua mensagem. Quando o anjo
desce João vê que o seu brilho iluminou a terra com a Sua glória: Deus é a
verdadeira luz, e a sua glória ilumina (21.23; 1ª Jo 1.5). Pelo evangelho
revelado, a glória de Deus traz iluminação (2ª Co 4.4-6; Ef 1.17-18). Aqui,
então, aguardamos uma declaração de Deus que trará boas notícias aos servos
fiéis.
2. A queda da Grande cidade. “Então, exclamou com potente
voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios,
covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave
imunda e detestável” (v.2).
Babilônia é uma forma grega. No hebraico do Antigo Testamento a palavra
é simplesmente babel, cujo sentido é confusão em que tem caído a ordem social.
Neste sentido é empregada simbolicamente. Nos escritos dos profetas do A.T., a
palavra Babilônia quando não refere-se a cidade, no sentido literal, é
empregada relativamente ao estado de “confusão” em que tem caído o mundo pagão.
Do modo como foi destruída a Antiga Babilônia (a cabeça de ouro da
estátua (Dn 2)), por causa das suas abominações, também é anunciada a queda da
Babilônia mística, o grande poder político-religioso liderado pela segunda
besta o falso profeta (Ap 13.11).
Babilônia aqui não é apenas a
Babilônia escatológica, mas a Babilônia atemporal, ou seja, é o sistema do
mundo que opõe-se contra Deus em todas as épocas. É um símbolo da rebelião
humana contra Deus. No capítulo 17, Babilônia era a grande meretriz, a
religião apóstata. No Capítulo 18 João vê a queda da Babilônia, a cidade da
luxúria, a morada dos demônios, ‘A GRANDE MERETRIZ’.
Nos capítulos 17 a 18 do Apocalipse, Babilônia aparece em sentido duplo
em cada secção: a primeira é vista do sentido político e religioso; enquanto
que a segunda é contemplada do ponto de vista literal e comercial.
Um oráculo assombroso profetiza a queda desta cidade onde o poder
satânico se congregava. Caiu! caiu. A declaração repetida, com o verbo no
passado, indica a absoluta certeza do cumprimento desta profecia. A antiga
capital de Babilônia tornara-se assombrada, habitada por animais nocivos que
provocam temor e supertição (cf, Is 13.19-22; 34.11-15; Jr 50.39; 51.37). Assim
também acontecerá com esta futura fonte de corrupção diabólica. A besta, sobre
a qual está assentada uma mulher (Ap 17), ou seja, o poder político mundial
anticristão ligado à religião mundial unificada, a falsa igreja, então caiu.
A grande cidade que estava cheia de atividade e de pessoas poderosas e
ricas torna-se uma cidade abandonada e suja (cf. Isaías 13.19-22). Mais uma
vez, o contraste entre as duas principais cidades do livro torna-se evidente. A
cidade mundana torna-se lugar deserto e imundo, ocupado por demônios e
espíritos imundos. A cidade santa, a nova Jerusalém, será habitada por
multidões na presença do Senhor, e “Nela, jamais penetrará coisa alguma
contaminada” (21.27).
Note que o Senhor exclama duas vezes que a Babilônia caiu, podemos
entendê-lo que o primeiro “caiu” refere-se ao mistério da prostituição do capítulo
17, ao falso culto sem Jesus Cristo e o segundo “caiu”, à “grande Babilônia”,
onde este sistema é executado na prática.
3. O vinho da ira. “Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua
prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da
terra se enriqueceram à custa da sua luxúria” (v. 3).
O que diz o presente texto é o que aconteceu no Antigo Império
Babilônico: o orgulho e a devassidão foram a causa primordial de sua queda.
Daniel nos informa que na noite da invasão Medo-Persa sobre a cidade de
Babilônia, todos os grandes do Império babilônico se encontravam embriagados e
em extrema orgia (Dn 5). Na babilônia comercial e política, descrita neste
capítulo, as mesmas coisas do passado serão praticadas, no que diz respeito a
vida dissoluta: prostituição, comercio desonesto etc.
Este versículo repete alguns dos motivos do castigo de Roma: Suas falsas
doutrinas constituem o vinho da sua prostituição com o qual embriaga as nações
da terra. As falsas doutrinas são comparadas ao vinho porque entorpecem a mente
e, assim, afetam a capacidade de discernir e de raciocinar de uma pessoa. Tal
como o vinho, as falsas doutrinas retiram da pessoa sua capacidade de discernir
o erro. Não fosse pela ação danosa deste vinho que mantém as nações
embriagadas, multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras
contidas na Palavra de Deus. Mas o vinho da Babilônia é chamado de “vinho da
ira”. Por quê? O vocábulo grego “thumos” significa ira, ódio, raiva. É uma
raiva criada pelas falsas doutrinas. Assim, quando os reis da terra bebem deste
vinho, são instigados pela cólera a irem contra os que não concordam com as
heresias. Por isto, aquele que se nega a beber o vinho da Babilônia está
marcado para pagar por sua ousadia.
Um anjo do céu anuncia a queda da Grande Babilônia. Este epíteto, tomado
de Daniel 4.20, está ligado ao nome Babilônia (Ap 17.5), que significa grande
confusão ou pandemônio. Babilônia, é uma figura de iniquidade religiosa, ou
seja, uma comunhão de credos, igrejas seitas, filosofias, dentro da própria
cristandade, liderada, ecumenicamente pelo falso profeta (Ap 17.9 comp. 1ª Pe
5.13). Sua queda é celebrada por antecipação, de acordo com Isaias 21.9, (caiu,
caiu a Grande Babilônia) e está descrita nas visões dos capítulos 17 e 18, onde
Babilônia é vista como uma mulher que deu de beber e embriagou a todas as
nações com o vinho de sua fornicação, o equivale dizer: arrastou á idolatria
(Jr 51.7).
4. Retirai-vos dela. “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para
não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus
flagelos” (v.4).
Antes que as poderosas palavras de juízo do anjo divino, que é o próprio
Cristo, se cumpram sobre esta Babilônia, uma outra voz brada do céu – a voz de
Deus.
A expressão “sai dela” é um imperativo, ou seja, uma ordem. Babilônia
não pode ser reformada, de acordo com as Escrituras. Só há um remédio:
separar-se completamente dela. Assim como Ló foi chamado para fora de Sodoma,
antes que ela fosse destruída por fogo e enxofre (Gn 19.14-29), da mesma forma
o povo de Deus é dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe para sair de
Babilônia, antes que ela caia.
Quando a velha Babilônia do rio Eufrates estava perto de ser destruída
pelos juízos de Deus, o Senhor enviou a Seu povo (Israel), que nela ainda
estava, um solene aviso através do profeta Jeremias dizendo: “Fugi do meio da
Babilônia...” (Jr 51.6).
Retirar-se da Babilônia simboliza evitar toda a comunhão com os pecados
do mundo pagão introduzidos no sincretismo religioso da falsa igreja. Mas,
literalmente o anjo avisa os cristãos que hoje moram em Babilônia (a falsa
igreja) para fugir dela antes de sua destruição, pois aqueles que se recusarem
a separar-se de Babilônia e de seus pecados serão destruídos com ela.
Deus tem, e sempre teve, um povo em Babilônia. Quantas criaturas sinceras
e boas, cujos sentimentos estão voltados para Deus, estão aprisionadas pelas
amaras das tradições e enganos que lhes oferece a “Babilônia” dos nossos dias?
Portanto, cabe a nós hoje, trazer um conselho de advertência para aqueles
crentes sinceros que estão em babilônia: “Fugi do meio da Babilônia”.
5. O castigo que a Babilônia receberá. “Dai-lhe em retribuição como ela retribuiu, pagai-lhe em dobro
segundo suas obras, e no cálice em que ela misturou bebida, misturai dobrada
para ela” (v.6).
A cidade usada para corromper as nações e levar ao mundo todo o tipo de
falsa religiosidade receberá o castigo de Deus.
Os poderosos que comprometeram-se com as obras do maligno, a idolatria
pagã, o materialismo, a luxuria, serão arruinados juntos.
Terrível é o dano produzido pela falsa igreja simbolizado por Babilônia.
Incalculável, mais terrível, ainda, é o castigo eterno, com tormento e pranto,
reservados para os que servem este sistema religioso.
6. Assentada como rainha. “Quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em
igual medida tormento, pranto, por diz consigo mesma: Estou sentada como
rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso, em só dia,
sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque
poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (Ap 18.6-8).
No capítulo 17.3, ela está assentada sobre a besta, enquanto que aqui
ela está sentada como rainha. Agora ela está sendo julgada pela sentença
divina: “pagai-lhe em dobro”.
Ela se orgulha de não ser viúva sem poder e abandonada, mas de ser
rainha soberana. Seu desejo é sempre reinar, reinar sobre todas as
consciências. Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar
elevado, mas também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.
7. O lamento dos poderosos. “Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com
ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu
incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai!
Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou
o teu juízo. (v.9-10).
Os poderosos que se comprometem com a obra do maligno (a idolatria pagã,
o materialismo, a luxuria) serão arruinados juntamente com Babilônia. Lamentam
ao contemplar suas enormes perdas.
Os reis lamentar-se-ão não por causa dos seus pecados, e nem lagrimas de
arrependimento, mas por causa do seu sofrimento, das consequências e pela perda
da sua infra-instrutura. Como Caim, eles não ficam tristes por seus pecados,
mas apenas pelo castigo. Lamentar-se-ão por causa de suas perdas.
Aqueles que vivem no luxo e nos prazeres, ignorando a Deus, serão
abatidos pela Sua ira. Por isto, ela receberá um juízo, como nunca antes
existiu nesta extensão. Duas afirmação mostram a rapidez deste juízo: “... em um
só dia” (v. 8) e “... em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza” (17). Sua
tranquilidade hoje, será transformada em pânico naquele dia por isto eles dizem
ai! Ai!
8. Os mercadores da terra lamentarão. “E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque
já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de prata, de pedras
preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e
toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda
qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore”
(v. 11-12).
Da mesma maneira como eram realizados grandes negócios e com excelentes
lucros com as mercadorias na Babilônia dos caldeus, assim na Babilônia mística
há mercadoria para serem negociadas.
Esta lista de produtos mostra a extrema riqueza da meretriz. Consumia
todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos. A opulência de Roma levou a
cidade ao exagero de um consumismo desenfreado, e as nações exportadoras
lucraram com isto. O profeta Ezequiel faz uma lista semelhante, quando Tiro era
a grande cidade e enriquecia-se com o materialismo (Ez 26, 27 e 28). Estes
versículos reforçam a interpretação da meretriz como símbolo de Roma e sua vida
comercial e materialista. O material nobre são transformados em imagens de
escultura, cordões, rosário, medalhões e relíquias para o comercio da meretriz.
A Bíblia afirma que os mercadores lamentar-se-ão pela perda: “Os
mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão
de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando” (v.15).
Os mercadores lamentar-se-ão pelas perdas materiais. Entre as coisas que
deixam de negociar encontram-se “até almas de homens”. Isto lembra o seu
comércio com os cadáveres dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos”,
missas de sétimo dia e indulgências para enriquecer a muitos. O que dizer do
purgatório inventado para enriquecer este negócio profano e que permite a troca
das almas por dinheiro de onde enche os celeiros da meretriz.
A cidade, simbolicamente chamada Babilônia, também será o centro
comercial e econômico do mundo durante o reinado do Anticristo. Com o
rompimento entre a Babilônia política representada pela besta e os reis
confederados, e a Babilônia religiosa, que representa a cristandade apóstata,
vai acontecer a destruição deste sistema religioso pelo poder da primeira besta
(Ap 13) que meterá fogo sobre a sede deste governo (vvs. 17-19).
9. Haverá grande alegria no céu quando
Deus julgar a Babilônia. “Exultai
sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela
julgou a vossa causa” (v.20).
Enquanto que na terra haverá lamentação, choro e pranto, no céu haverá
alegria, gozo e júbilo. Os moradores do céu, e em especial os apóstolos e
profetas, tem todos os motivos para interromper agora em alto júbilo, pois Deus
executou seu juízo contra Babilônia, isto é, em favor dos santos eleitos. A
injustiça do mundo anticristão, que por muito tempo ficou sem castigo, foi
agora levado a clara luz de Deus e revelado diante de todo mundo. Por isto o
céu magnífica e tributa louvores ao Criador.
10. Babilônia (Roma) será exterminada. “Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de
moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada
Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (v.21).
O anjo forte, com seu ato de arrojar,
a grande pedra, mostrou que Babilônia (Roma), haverá de cair violentamente, em
súbita destruição. A pedra de moinho (em gregomillos, onikos),
aqui em foco, provavelmente deve ser aquela que somente os animais podiam fazer
girar (Mc 9.42).
Afundar uma enorme pedra no mar, antigamente, era símbolo de eterna
destruição. Este é o cumprimento daquilo que o profeta Jeremias escreveu (Jr
51.60-64).
Aqui, este juízo é então executado e Babilônia será lançada fora, como
uma pedra jogada no fundo do mar. Quando este juízo tiver sido executado sobre
a humanidade anticristã, então haverá um silêncio apavorante sobre a face da
terra. É o que descreve João:
“E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins
jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se
achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também
jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti
se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as
nações foram seduzidas pela tua feitiçaria” (v. 22- 23).
Nenhum som e nenhuma luz. Isto é um sinal de uma cidade morta. E nem voz
de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de
esperança, de planos para o futuro (Mt 24.38). Mas a Babilônia não tem futuro;
não terá nela as vozes de noivos. A Babilônia mundial ficará completamente
deserta.
Pois os teus mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi
exaltada e exercia poder e influência sobre os outros. Os motivos do castigo
dela são resumidos em dois pontos: Porque todas as nações foram seduzidas pela
tua feitiçaria: A meretriz seduziu as nações, que participaram com ela na sua
prostituição. Este envolvimento dos povos com a Babilônia foi um dos pontos
principais deste capítulo. Babilônia atraiu, enganou e embriagou as multidões
com sua feitiçaria e sua prostituição. Aqui ela terá o seu fim.
Com todos os acontecimentos mundiais evidenciados e revelado na Palavra
de Deus, os homens não aceitam a verdade como verdadeira. Se o fato de que a
terra será aniquilada, fosse a base em que as pessoas edificassem suas vidas,
muitas coisas seriam bem diferentes. Mas, até ao dia de hoje foi reprimido na
consciência dos homens, que a terra terá um fim. Eles preferem seguir e aceitar
os enganos da meretriz do crer nas verdades das Escrituras Sagradas. Embora
Deus já tenha revelado as doutrina das últimas coisas na Sua Palavra, o homem
continua ignorante. Por quê? Porque é uma escolha do homem de crer no engano no
óbvio do que crer na verdade.
11. A justiça de Deus não falha. “E nela se achou sangue de
profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra” (v.24).
Notamos mais uma vez o motivo maior do castigo de Roma. Ela perseguia os
santos e embriagou-se com o sangue deles (17.6). Deus castiga a Babilônia como
ato de justiça, trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do
Senhor. A súplica do quinto selo está sendo respondida!
O Espírito Santo, prevendo todas
essas coisas e sendo o guia e o consolador da verdadeira Igreja, já
providenciou uma resposta divina para o perigoso, onipresente e renascido Sacro
Império Romano. Na Bíblia, o Espírito de Deus expõe a igreja de Roma como sendo
bela aos olhos deste mundo perdido, mas deplorável por sua apostasia. Para os
que creem, ele quebrou seus encantamentos, arrancou sua máscara e escreveu com
letras bem grandes seu nome para todos verem: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA.
Os cristãos verdadeiros devem comparar tudo com Palavra do Deus Eterno, Santo,
Imutável, Todo-Poderoso, Onisciente e Sábio. Quando confrontados com o leviatã
de Roma, os cristãos podem ter no Senhor uma confiança semelhante àquela de
Davi quando comparou o poder de Golias ao do Deus Verdadeiro: “Tu vens a mim
com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR
dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1º
Samuel 17.45). É tarefa do Senhor desfazer o iníquo pelo seu poder: “E então
será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e
aniquilará pelo esplendor da sua vinda” Até isto acontecer, multidões serão
salvas dela “com temor, arrebatadas do fogo” (Jd 1.23). Esta
promessa da graça deve-se à palavra da verdade do Evangelho. O Senhor Jesus
Cristo, que é a cabeça exaltada da Igreja e o seu Espírito soberano, dão
conforto e vitória pois “o evangelho de Cristo é o poder de Deus para a
salvação” (Rm 1.16).
Pr. Elias Ribas