A revista A Bíblia no Brasil, publicação
oficial da Sociedade Bíblica do Brasil, editora que detém os direitos de
publicação da tradução Almeida Revista e Atualizada (ARA), em sua edição
referente ao primeiro trimestre de 2013, em matéria de capa, anunciou que
prepara intervenções na obra.
Já no editorial, assinado por Erní Walter, o
propósito de revisão é apresentado: "Um dos aspectos mais importantes do
trabalho bíblico é a tradução. Entregar a Bíblia a todos, numa língua que possam
entender e a um preço que possam pagar faz parte do DNA das Sociedades
Bíblicas."
A matéria contém seis páginas com belas
ilustrações e não informa quem a escreveu. Segundo o conteúdo, o que já era
excelente ficará ainda melhor, e com a anuência e participação da igreja
cristã.
O artigo menciona que a tradução seguiu o estilo da equivalência formal, respeita à forma das línguas-fontes (hebraico e grego), verbos por verbos, substantivos por substantivos, mantém a ordem das palavras de acordo como aparecem no original. Relembra que a primeira edição da ARA ocorreu entre 1943 e 1959, em plena era do rádio e que houve a preocupação por parte da equipe de ler em voz alta, para checar a legibilidade e sonoridade.
A ARA é considerada marca registrada da Sociedade Bíblica do Brasil. Ela surgiu da iniciativa da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, porém, o processo terminou nas mãos da SBB.
O artigo esclarece as diferenças existentes no
processo de tradução da Almeida Revista e Corrigida (ARC) e ARA. O artigo afirma
que em no século 17 João Ferreira de Almeida não tinha em mãos os melhores
textos para servir de base ao Novo Testamento. Ele usou o "texto recebido"
(textus receptus), editado por Erasmo de Roterdã, em 1516, e alguns poucos
manuscritos copiados durante a Idade Média. Depois que a obra de João Ferreira
de Almeida estava concluída, foram descobertos manuscritos gregos mais antigos,
muitos deles remontam ao quarto século d.C, e até pertencentes aos séculos
anteriores. Estes materiais mais aproximados ao tempo de Jesus e dos apóstolos
deram origem ao Novo Testamento conhecido como "edições críticas". A ARA recebeu
como base textual esse trabalho, a partir da 16ª edição do Novo Testamento Grego
editado por Erwin Nestle.
Além dessa diferença, o artigo esclarece que
existem distinção quanto aos cacófatos. Os revisores da ARA eliminaram cerca de
2000 sonoridades indesejáveis. Exemplos:
Tatu - "Volta tu também" (Rute 1.15);
Alice - "E todo Israel ali se achou" (Esdras 8.25);
De acordo com as diretrizes das Sociedades
Bíblicas Unidas, a recomendação é de que a cada 25 anos seja feita uma revisão
de texto. "Quanto mais se demora para dazer uma revisão, mais difícil ela se
torna", explica Vilson Scholz, consultor de tradução da SBB.
Em 1993 houve a primeira revisão da ARA.
Postado por Eliseu Antônio Gomes
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