No cenário evangélico, existem muitas
abordagens acerca do fruto do Espírito. Livros, artigos em revistas, pregações.
Embora eu saiba que minha contribuição seja das mais pequenas, digo que é
importante tocar neste tema em profundidade pois tal iniciativa contribui para
enriquecer a vida cristã daqueles que desejam conformar-se à imagem de
Cristo.
Encontramos no Novo Testamento Jesus
Cristo como o Caminho. O coração humano é comparado ao solo, que precisa ser um
terreno bem tratado, alvo de bastante cuidado, ser fértil, pois o Agricultor,
que é nosso Deus, espera que ele seja produtivo.
Deus não se agrada da ausência do fruto a ser colhido, do fruto doente, da colheita incompleta. A produção perfeita do fruto do Espírito na vida do crente leva-o à comunhão íntima com Deus.
Deus não se agrada da ausência do fruto a ser colhido, do fruto doente, da colheita incompleta. A produção perfeita do fruto do Espírito na vida do crente leva-o à comunhão íntima com Deus.
A Parábola do Semeador apresenta quatro
tipos de terras:
1 - O terreno à beira do caminho
(Mateus 13.4, 19).
Jesus Cristo descreveu o coração de
alguns crentes como "beira do caminho". O coração deles é igual solo
endurecido, tal qual tijolo e concreto, é semelhante a superfície de terra
batida porque transitam milhares de pedestres dia após dia sobre eles.
A rigidez os torna impenetráveis à
água. As sementes são incapazes de germinar em solos duros, morrem antes de
brotar. Aves comem essas sementes, pois encontram elas espalhadas.
São corações fechados para as orientações
da Palavra de Deus, mas abertos para muitas pessoas que formam suas opiniões
com pensamentos que se chocam ao ensinamento bíblico. Eles dão importância
maior para mensagens antibíblicas encontradas em conversas com não cristãos;
aos conteúdos estranhos à Bíblia Sagrada encontrados em sites na internet,
letras de músicas sem nenhum temor a Deus ouvidas no rádio, em arquivos de MP3;
aos textos escritos para debochar da fé cristã, publicados em revistas e
livros; sentem prazer em assistir esquetes na televisão e acompanhar roteiros
de cinema produzidos para escarnecer da vida em piedade. Enfim, a mídia secular
influencia a vida do coração duro e o faz viver afastado da vontade divina.
Os pássaros são analogias das equivocadas relações de amizades desses crentes.
2 - O solo rochoso ou pedregoso (Mateus
13.5-6; 20-21).
Terrenos cheios de pedras não podem ser
considerados totalmente imprestáveis ao plantio. Trata-se de um tipo de terra
que exige do lavrador maior dedicação, mais suor. Mesmo que os camponeses se
disponham a limpar e arar a terra com bastante afinco, usem boas parelhas de
animais e ferramentas novas e adequadas, empenhem-se para plantar a lavoura com
altos custos, haja chuva no tempo certo, os lavradores correm o risco de colher
míseros punhados ou nada do plantio, o proprietário corre o risco de ter um
amargo fracasso com a produção de sua lavoura.
Muitas pessoas mental e emocionalmente afirmam amar a Cristo. Mas elas não demonstram sua fé e amor através de atitudes coerentes. Estão apenas ligadas à religião por motivos sociais que lhes são convenientes. Possuem elos com pregadores, tarefas ligadas à liturgia da igreja, mas não têm contato constante com Deus, apesar de participar de cultos. O coração delas parece um tapete verde, porém, o subsolo está composto com enormes formações de granito.
Muitas pessoas mental e emocionalmente afirmam amar a Cristo. Mas elas não demonstram sua fé e amor através de atitudes coerentes. Estão apenas ligadas à religião por motivos sociais que lhes são convenientes. Possuem elos com pregadores, tarefas ligadas à liturgia da igreja, mas não têm contato constante com Deus, apesar de participar de cultos. O coração delas parece um tapete verde, porém, o subsolo está composto com enormes formações de granito.
Não é de admirar que a Bíblia Sagrada repete muitas vezes que o homem é duro de coração, pois a natureza humana está em luta constante contra a vontade do Espírito Santo. A Palavra de Deus admoesta aos crentes esforçarem-se para ter paz com todos na medida do possível e afastar-se da corrupção do mundo, mas o coração pedregoso insiste em manter uma briga contínua com alguém, ou a satisfazer-se com prazeres carnais que não condizem com a pureza da santidade divina. Assim sendo, embora a semente brote em seu solo, jamais a bela planta crescerá e frutificará, as raízes encontrarão a resistência das pedras da contenda, o calor angustiante do ódio escondido, a dureza da desobediência ao Senhor e morrerá seca ou queimada pelo sol escaldante.
A Palavra de Deus é simbolizada nas
Escrituras como o martelo que quebra pedras em pedacinhos (Jeremias 23.29).
Terrenos rochosos podem se tornar solos maleáveis. O coração superficial, que
pulsa apenas pelo hábito da religiosidade humana pode vir a ser terra fértil e
entregar ao Agricultor o fruto do Espírito. Para que seja assim é necessário
rever as prioridades, querer trocar o pregador, o professor, a bela liturgia de
culto, os prazeres da carne por Deus. As relações sociais na igreja são
importantes e lícitas, porém, o Senhor deve estar acima de todas elas. Somente
quando Deus é o primeiro na vida do crente é que o solo rochoso de seu coração
se torna capaz de receber a semente e transformá-la em árvore frutífera.
3 - O terreno cheio de espinhos
(Mateus 13.7; 21-22).
O cristão precisa examinar a si mesmo,
constantemente, perguntar-se quais são suas prioridades. Ele dá mais valor para
o mato inútil ou para o fruto eterno?
Os israelitas do passado cultivavam
suas plantações no clima semi-árido, para sobreviverem da agricultura
precisavam estar em constante vigilância com o objetivo de evitar que em sua
lavoura proliferassem espinheiros, cardos e todo tipo de erva daninha. Embora o
solo fosse limpo no momento da plantação, o vento poderia trazer sementes
indesejáveis, os pássaros poderiam depositar junto com o esterco sementes de
abrolhos e cardos, animais domésticos e selvagens poderiam trazer na pelagem
sementes de joio ao entrarem na plantação de trigo. Toda safra de uvas poderia
se perder sufocada por abrolhos e cardos.
A Palavra de Deus deve ser guardada no
coração para que não pequemos contra Deus. A ansiedade, os cuidados com as
coisas dessa vida, o engano das riquezas como solução de todos os problemas e a
sedução do materialismo competem com a semente da Palavra de Deus em nossos
corações. É preciso vigiar para que o nosso coração apresente o precioso fruto
do Espírito em safras que não contenham infestação de matos e plantas
espinhentas.
4 - O terreno bom (Mateus 13.8, 23).
A terra boa é altamente produtiva.
Jesus Cristo a descreveu como um solo em que o agricultor planta e obtém
colheitas lucrativas, resultados satisfatórios de seu trabalho ao lançar as
sementes no solo. O trabalho rende uma semeadura com retorno de trinta vezes,
sessenta e outros cem vezes mais o que foi plantado.
A terra boa oferece a vegetação que o
agricultor plantou, porém antes exige dele que se aplique com habilidade na
preparação do plantio, retirando o mato, ervas daninhas e sujeiras. Revolva-a
com esmero para dela extrair a máxima produtividade.
O coração humano não é terra
promissora, mas ninguém é irrecuperável para Deus. Jesus Cristo derramou na
cruz do Calvário suor e sangue para que fôssemos resgatados da condição de
esterilidade, para que nos transformássemos em solo limpo, liso, pronto para
ser semeado e pudéssemos ter condições de apresentar frutos agradáveis a Deus
na estação certa.
O que faz surtir o efeito real de
transformação na terra à beira do caminho, desértica ou pedregosa, para solo
produtivo é o sincero desejo de frutificar. A mudança acontece ao
permitir que o Espírito tenha liberdade e realize a limpeza no coração,
deixando-o agir com o arado, a enxada, a foice. Remexa nossa vida toda e nos
convença de todos os pecados que praticamos e confessemos esses pecados a Deus
dispostos a não repetir nenhum deles outras vezes.
O trabalho espiritual ocorre no coração humano quando o crente dá atenção e pratica a Palavra de Deus. É entregando o campo para Jesus tomar posse dele como único Dono e Senhor que um crente torna-se capaz de apresentar o fruto do Espírito.
Postado por: Eliseu Antônio Gomes
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