“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” - Romanos 12.1.
Antes de tudo o mais, o crente
precisa entender o significado da palavra culto e a sua relevância. Paulo,
dirigindo-se à igreja, apelou aos crentes para que se reunissem em culto
racional (grego: logikên latreian), isto é, não se deixassem escravizar pela força
do hábito e transformassem o local e momento de ajuntamento em mero ponto de
encontro das pessoas, onde a liturgia de culto fosse à tônica principal, as
apresentações religiosas ocorressem sem devoção verdadeira das almas.
Adorando ao Senhor em casa
Quando Jesus instruiu acerca da oração, ensinou como e qual o local ideal para
orar. A sugestão de oração é a fórmula Pai Nosso. O lugar mais apropriado para
expressá-la é à sós, na intimidade do aposento em nosso lar (Mateus 6.5-13).
Assim, Cristo demonstra que Deus é companheiro em todos os momentos da vida do
ser humano, está conosco no seio familiar e pronto para ouvir a cada um que,
particularmente, se prostra em adoração sincera.
O culto que agrada a Deus é realizado por quem usa seu raciocínio lógico. Sabe
qual é o motivo de louvar e a quem louva. O culto doméstico é um culto
realizado por uma família, dentro do lar reunido, os membros e outras pessoas
que desejam dele participar, momento em que é lida e explicada a Palavra de
Deus e cânticos são entoados, orações são feitas.
Os mais importantes conceitos da vida são formados na intimidade familiar.
Nenhum cristão deve cultuar a Deus apenas no horário de reuniões na igreja. É
um enorme desperdício não usar o tempo vivido na residência para adorar ao
Senhor, pois se assim fazemos ampliamos a comunhão com Ele e é solidificada a
comunhão familiar e cristã.
As Escrituras Sagradas indicam que é mister os pais ensinarem seus filhos a
guardarem os preceitos divinos. Na agitação da vida moderna, os filhos passam
muito tempo fora de casa, ficam entregues às influências da cultura deste mundo
e pouco tempo na companhia de seus pais. Convém, portanto, reservar espaço de
tempo em que estão em casa tendo em vista a estruturação da fé das crianças. Os
momentos de culto doméstico são períodos para transmitir a fé (Deuteronômio
4.9; Provérbios 22.9; Efésios 6.4).
"E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as
ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te" - Deuteronômio
6.6-7. "Assentando em sua casa": posição de descanso.
"Andando pelo caminho": vivência da família em tarefas fora do lar.
"Deitando-se": hora de dormir. "Levantando-se": ao acordar.
Note que o culto familiar não se resume em alguns instantes do dia, a adoração
ao Senhor deve ser incorporada ao cotidiano.
É salutar introduzir na rotina da casa o hábito da prática do culto doméstico.
Não deve existir nada melhor do que examinar a Palavra de Deus junto com entes
queridos. No ambiente familiar há aconchego diário, é o lugar em que
coletivamente marido e esposa, pai e mãe, filhos e irmãos, possuem mais
oportunidades de dedicarem momentos para ler e explanar conteúdo bíblico,
entoar hinos e orar.
Se isso ocorre, é desenvolvido no coração das crianças o princípio da adoração
a Deus, desperta nelas a vocação cristã, além de sedimentar em seus corações
princípios morais. Tal experiência produz estabilidade espiritual, é fator de
muita alegria e paz. Laços familiares que outrora eram de desavenças e desunião
se fortalece em afeição, amizade e harmonia. O exercício da santificação se
instala entre todos. Surgem motivos para testemunhar a ação benéfica de Deus no
âmbito familiar, os membros da família tornam-se participantes de bênçãos cuja
origem é os momentos de cultos domésticos.
Enfim, o culto doméstico traz muitos benefícios aos servos de Deus, à igreja e
à sociedade.
fonte: Eliseu Antonio Gomes
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