sábado, 27 de abril de 2013

O QUE ASPIRAMOS SER




“À proporção que nos tornamos mais amadurecidos, chega-nos a convicção de que, se temos de fazer algo pelo Senhor Jesus, é preciso que o realizemos com urgência. Não nos sobra tempo para folgar, nem mesmo para comodidades. A eternidade parece tão próxima que não há desculpas para atrasos. “Agora ou nunca” soa suavemente nos ouvidos. Nunca relembro meu próprio passado sem sentir pesar. Conto-me entre os mais favorecidos dos servos do Senhor, humilhando-me até ao pó enquanto o reconheço com gozo. Não tenho queixas para apresentar ao meu Deus, mas tenho muitas a dirigir contra mim mesmo. Parece-me que naquilo em que pela graça divina tenho tido êxito, poderia ter alcançado em escala muito maior se eu tivesse sido um homem melhor. A falta de fé da minha parte pode haver entorvado e impedido a meu Senhor. Se alimentei aos santos de Deus, poderia ter exercido tão sagrado ministério com maior honra para o Senhor, se fora mais apto para o uso do Seu Santo Espírito. Como poderia comprazer-me com vanglória no pouco realizado, quando ante os olhos vejo uma massa incomensurável de possibilidades que não aproveitei?
Isso seria sentimento saudável para os mais jovens, os quais se entusiasmam com as primeiras vitórias. No entanto, que subam a um nível mais elevado de esperança, para que não cheguem a ficar satisfeitos consigo mesmos, impedindo assim a perspectiva de uma vida grandiosa. À medida que os anos nos dão sobriedade, percebemos cada vez mais nossas  imperfeições e nos sentimos cada vez menos inclinados a maravilhar-nos com a nossa própria atuação. O olhar retrospectivo significa um salmo de cordial louvor e um profundo suspiro de pesar. Glória ao Senhor para sempre; mas para mim, vergonha e confusão de rosto.
Mas, de que nos serve o pesar, a menos que por ele nos elevemos a um futuro melhor? Os suspiros que não nos levantam para um nível mais alto equivalem desperdícios de alento vital. Purifiquem-se, pois, mas não se desalentem. Recolham as flechas que anteriormente caíram longe da meta; não as destruam em paixão desesperada, mas procurem atingir o alvo com melhor pontaria e forças mais concentradas. Utilizem as derrotas para alcançar suas vitórias; aprendam a obter êxitos aproveitando os fracassos; busquem sabedoria utilizando os desatinos cometidos. Pela graça, se já prosperamos um pouco, prosperaremos mais. Nosso conhecimento de Deus será ainda maior a fim de que, estando em harmonia com Ele, nossa vida seja mais vivida de acordo com os Seus propósitos. É possível que o remédio para estes dias maus esteja próximo de nossa própria restauração. Quando nossas próprias tochas produzirem menos fumaça e mais luz celestial, a noite poderá tornar-se menos escura. ”


C. H. Spurgeon



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