"E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado."
Jo 7.39
"Você já recebeu o batismo do
Espírito Santo?" Uma pessoa que se torna cristã em nossos dias mais cedo
ou mais tarde ouvirá esta pergunta. Tal pergunta geralmente é feita pelos
cristãos carismáticos, os quais são entusiastas a respeito das experiências
que têm com o Espírito Santo...
Uma doutrina que antigamente era mais
confinada às igrejas Pentecostais e à Assembléia de Deus agora tem se tornado o
ponto de central importância para um grande número de crentes. O movimento
neo-pentecostal tem alcançado praticamente todas as denominações cristãs. Um
senso de empolgação e de avivamento espiritual geralmente acompanha essa nova
descoberta da presença e do poder do Espírito Santo na Igreja.
O neo-pentecostalismo procura definir
a doutrina do batismo do Espírito Santo com base nas experiências das pessoas.
Tal doutrina tem sido amplamente controvertida.
Geralmente, mas não sempre, os
cristãos carismáticos consideram o batismo do Espírito Santo como uma segunda
obra de graça, distinta e subseqüente à regeneração e à conversão. Os
carismáticos estão divididos entre eles mesmos quanto à questão, se falar em
línguas é um sinal necessário ou uma manifestação do "batismo".
Os pentecostais apontam para o padrão
no livro de Atos, onde os crentes (os quais experimentaram a obra regeneradora
do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes) foram cheios do Espírito Santo e
falaram em línguas. Este padrão bíblico, que inclui um lapso de tempo entre a
conversão e o batismo do Espírito, é usado então como norma para todas as
épocas.
Os pentecostais estão certos em ver
certa distinção entre a regeneração pelo Espírito Santo e o batismo.
Regeneração refere-se ao Espírito Santo dando nova vida ao crente - vivificando
aquele que estava morto no pecado. O batismo do Espírito Santo refere-se a Deus
capacitando seu povo para o ministério. Embora a distinção entre a regeneração
e o batismo do Espírito Santo seja legítima, transforma o lapso de tempo entre
ambos numa norma para todas as gerações é uma atitude improcedente. O padrão
normal desde os dias dos apóstolos tem sido que os cristãos recebam a
capacitação do Espírito Santo juntamente com a regeneração. Não é necessário
que o crente busque uma segunda e especifica obra do batismo do Espírito depois
da conversão. Todos cristão é cheio do Espírito, numa medida maior ou menor,
dependendo da correspondência de consagração a ele.
Outro problema com doutrina
pentecostal é que ela tem uma visão incorreta do Pentecostes, o qual é uma
"linha divisória" na história do Novo Testamento. No Antigo
Testamento, só alguns crentes selecionados foram dotados por Deus com dons para
o ministério (ver Nm 11). Este padrão mudou no Pentecostes, quando todos os
crentes presentes (todos judeus) receberam o batismo. Semelhantemente, nos
derramamentos posteriores, os convertidos samaritanos (At 8), o crentes na casa
de Cornélio (At 10) e os discípulos gentios de João Batistas que viviam em
Éfeso (At 19), todos receberam o batismo do Espírito.
Os primeiros crentes não acreditavam
que os samaritanos, os prosélitos e os discípulos de João Batista pudessem ser
cristãos. Desta maneira, o batismo do Espírito Santo serviu como confirmação de
sua membresia na Igreja. Visto que cada um desses grupos experimentou o batismo
do Espírito Santo da mesma maneira que os judeus experimentaram no Pentecostes,
a inclusão deles na Igreja era inquestionável. O próprio Pedro foi o primeiro a
experimentar isso. Quando viu o Espírito Santo descer sobe os gentios tementes
a deus na casa de Cornélio, ele concluiu que não havia nada que impedisse que
fossem aceitos plenamente como membros da Igreja. Pedro disse: "Pode
alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que
também receberam como nós o Espírito Santo?" (At 10.47).
Os episódios subseqüentes do batismo
do Espírito Santo, depois do Pentecostes devem ser entendidos como uma extensão
do Pentecostes, por meio do qual todo o Corpo recebeu dons para o ministério.
Na igreja do Novo testamento nem todos os cristãos falaram em línguas, mas
todos os cristãos receberam dons do Espírito Santo. Desta maneira, se cumpriu a
profecia de Joel (At 2.16-21).
Autor: R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br
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